Ciceroneando

 

Patrick Arley

Foto: Patrick Arley

 

Dividimos em etapas a celebração dos 10 anos da revista. A Leva 112 que agora surge contempla um segundo passo nesse sentido de comemoração. A intenção é mesclar tanto autores que nos ajudaram a construir essa história quanto os que debutam em nossas paragens editoriais. Hoje, compreendemos melhor o teor real da palavra encontro, esse somatório de expressões a tecer um rico painel no qual verbos e imagens se encaixam. Cada colaborador expõe parte de seu mundo entre nós, tornando possível um descortinar de outras percepções. Seja no contexto da arte visual ou da construção da palavra, os signos transmitidos comunicam além das aparências. Diga-se de passagem, o mundo é em si um grande livro aberto a interpretações. E tal viés ganha corpo amplo quando notamos que o conjunto das expressões particulares de cada autor nos ajuda a compreender o que nos cerca. Saímos de nossa própria aldeia na medida em que mergulhamos na obra do outro. A figura da alteridade é também um curioso ponto de aproximação entre distantes visões de mundo. Sendo assim, talvez demoremos a perceber que é nas diferenças que o produto da arte surge e vai se moldando. A não conformidade do pensamento é, então, a protagonista de tudo. É justamente esse tipo de constatação que sempre fez parte das ações da Diversos Afins. Uma conclusão obtida através do contato direto com pessoas e suas mais peculiares vertentes criativas. Sem dúvida alguma, essa percepção real impulsiona a concepção de uma edição futura à qual pretendemos sempre nos lançar. Assim, o canto que agora entoamos exalta a existência do instante, pois se materializa na produção de poetas do quilate de Maria da Conceição Paranhos, Líria Porto, Romério Rômulo, Lívia Natália e Márcio Leitão. Por toda a leva, atravessados estamos pelo olhar antropológico dos registros fotográficos de Patrick Arley.  É Larissa Mendes quem nos chama atenção para o novo disco do inventivo cantor e compositor Wado. Convidando-nos à leitura de “A Loucura dos Outros”, livro de contos de Nara Vidal, a escritora Neuzamaria Kerner aborda caminhos sugeridos pela obra. Cabe a dimensão de um encantamento diante das palavras do ator Rafael Morais, idealizador do Grupo Teatro Griô, numa entrevista que evoca a arte como missão de vida. Guilherme Preger, com seu habitual e preciso olhar cinéfilo, destaca a produção espanhola “A Academia das Musas”, filme do diretor José Luis Guerin. Nossos cadernos de prosa são tomados pelos contos de Carla Diacov, Lizziane Azevedo e Isabela Rodrigues. “A Eternidade da Maçã”, novo livro de contos de Marcus Vinícius Rodrigues, recebe a acolhida das linhas de Fabrício Brandão. Com novas leituras e apreciações, celebramos o caminho. Sejam bem-vindos, estimados leitores!

Os Leveiros

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