Ciceroneando

 

Ilustração: Bianca Lana

 

À frente de um projeto editorial, como é o caso da Diversos Afins, não há nada que nos estimule mais do que a continuidade dos caminhos. E é realmente uma renovação que, por estar inserida numa condução marcantemente cotidiana, acaba por nortear sempre o desejo pela descoberta do novo. Quando falamos em novidade, pensamos muito mais numa noção de abarcar eventuais aproximações que se configuram de modo natural numa jornada como a nossa, e não numa busca forçosa pelo inusitado. De fato, o que a experiência tem nos revelado é que ideias e colaboradores surgem em nosso caminho como consequência de um fluxo autônomo de movimentações. Significa dizer que, para além das rotas que projetamos alcançar, marcadas essencialmente por intenções de busca e pesquisa, existe um fator que permanece imensurável: o interesse crescente de pessoas no que se refere a integrar nosso painel de diversidades. Nesses pouco mais de 10 anos de trajetória, a revista vem construindo um largo espaço de convivências, o qual é marcado fundamentalmente pela convergência de perspectivas criativas. Palavras e imagens pavimentam as vias editoriais trilhadas até aqui através dos diálogos, do entrecruzar de olhares e estilos. O resultado é um universo no qual trafegam identidades e representações as mais distintas possíveis. Nada é uniforme, pois sempre há uma voz que nos conclama a olhar para uma direção raramente pensada. Do mesmo modo, não precisamos fazer uso das vestes da vanguarda para justificar toda e qualquer investida que se pretenda realmente nova. Nunca é demais lembrar que tudo sempre esteve no mundo e que a construção de sentidos também pode passar pelo crivo da subjetividade. Então, quem seriam os sujeitos que por ora compartilham seus mundos conosco? A Leva 117 apresenta alguns valiosos nomes. Nas searas poéticas de agora, vemos Vinícius Mahier, Rita Santana, Nayara Fernandes, Diego Vinhas e Mariana Basílio desfilarem seus versos entre nós. Numa entrevista concedida a Floriano Martins, a fotógrafa e poeta Leila Ferraz divide conosco um pouco das suas impressões sobre suas experiências imagéticas. É através da cuidadosa análise de Vivian Pizzinga que tomamos ciência dos caminhos propostos pelo espetáculo teatral “Redemunho”, baseado na obra de Ronaldo Correia de Brito. Quando o assunto é prosa, os contos de Izabela Leal, Tatiana Faia e Matheus Arcaro ocupam um especial lugar no contexto de narrativas de vida. São de Bianca Lana os desenhos, pinturas e ilustrações que perpassam todos os recantos desta edição. No quesito cinema, Guilherme Preger traz à tona uma série de reflexões em torno de “A Garota Desconhecida”, novo filme dos irmãos Dardenne. Alexandra Vieira de Almeida aborda a importância de se ler o mais recente livro de ensaios de Igor Fagundes. “Canções para depois do ódio”, mais novo disco de Marcelo Yuka, é objeto das escutas de Fabrício Brandão. Com o estímulo permanente de seguir adiante, caro leitor, convidamos você a descortinar mais uma etapa de publicações.

Os Leveiros

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2 Comentários

  1. Fabricio , se vc não existisse, seria preciso inventá-lo!

    Ainda bem que Affonso Romano de Sant’Anna errou quando pensou que você fosse fruto da minha imaginação.

    Até breve.

  2. Belissimos editorial. Nos incita a uma viagem pelos meandrtos da lrvada 117. Vou começar a viagem. Hermes Peixoto

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