Ciceroneando

Foto: Adelmo Santos

 

Com o desfecho de mais um ano de publicações, a Diversos Afins reafirma seu propósito de disseminar ainda mais a produção literária e artística independente. Ao longo dessa última temporada, novas vozes puderam se aproximar do nosso projeto e ofertar aquilo que de melhor possuem: a expressão genuína de seus esforços criativos. Foi fundamental para tal processo a descoberta de autores e artistas que agregam valor à ideia de diversidade que se amolda à revista desde a sua gênese, em 2006. Se descortinarmos cada uma das levas pretéritas, perceberemos que um rico e vasto painel de possibilidades se instaurou. É, na verdade, um verdadeiro mosaico de expressões distintas, caracterizadas por pessoas dos mais diferentes lugares e perfis identitários. Cada uma delas traz à tona o traço que faz da sua produção algo singular, pois, por maiores que sejam as influências e semelhanças com outras obras, ainda assim há a evidência de uma marca pessoal em voga. E os peculiares olhares sobre o mundo alimentam em substância as criações literárias e artísticas aqui propagadas. Basta vermos o modo como poetas, contistas, artistas plásticos, fotógrafos, entrevistadores e entrevistados, ensaístas ou resenhistas abordam o objeto de seu trabalho. Ao mesmo tempo, os aspectos de distinção apontam para uma necessidade de compreensão da alteridade, daquilo que repousa no Outro enquanto instrumento de afirmação de sua personalidade e modo de ser/estar no mundo. Daí, ler o Outro é também perceber que a vida carrega em si um viés marcantemente dialógico, janela de interação da qual não se pode abrir mão. Na projeção da alteridade como elemento de expansão, emprestamos escutas e leituras aos poetas Isabella Ingra, Marcelo Ariel, Camila Assad Quintanilha, José Pascoal e Sel. No trilhar de caminhos que evidenciam o diálogo, Sérgio Tavares entrevista a escritora Eltânia André, sendo uma conversa pautada nos trânsitos literários e suas complexidades. É de Vivian Pizzinga o descrever de sensações para o musical “Contos partidos de amor”. Nas linhas de Mayana Rodrigues, sensíveis e aguçadas percepções sobre o novo livro do poeta Alex Simões. Os cadernos de prosa estão tomados pelas precisas narrativas ficcionais de Ramayana Vargens, Gustavo da Rosa Rodrigues e José Carlos Sant Anna. Na esteira do cinema, Guilherme Preger explora as delicadas nuances do filme “Uma noite de 12 anos”, produção que evoca as agruras de um duro período histórico experimentado pelo Uruguai. É de Daniel Russel Ribas a atenta leitura para “diário: a mulher e o cavalo”, romance de Julia Raiz.  Na interface entre palavras e imagens, a Leva 128 expõe alguns trabalhos fotográficos de Adelmo Santos, artista que nos brinda com criações oriundas de uma busca visceral. É tempo de agradecer, caros leitores, por mais uma jornada cumprida! Para tanto, eis um novo momento de leituras. Sejam bem-vindos!

Os Leveiros

 

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