Insignificância
Em que pese os malefícios para o corpo,
devemos arrastar a consciência de nossa insignificância
Jorge Elias Neto
O azul se dissipa
em tons de desespero.
Os segundos corrompem
nossos sonhos,
e a eternidade –
consome toda inocência.
O céu conspira
dentro de mim,
ponto
sujo no útero
da neve.
***
Um resto de sol no desalento
Ocupo-me de uma febre
sem propósito.
Modos existem
de forjar os dias,
principiar universos,
rir-se do descomunal
segredo da vida …
Mas não nessa noite gelada
em que persisto centelha.
Eis a última pele – a palavra –
que se desgarra inapta
a prosseguir
afirmando
o esplendor da verdade.
(Jorge Elias Neto é médico, pesquisador e poeta. Capixaba, reside em Vitória – ES. São de sua autoria os livros: Verdes Versos (Flor&cultura ed. – 2007), Rascunhos do absurdo (Flor&cultura ed. – 2010), Os ossos da baleia e Breviário dos olhos (inéditos). Integrou as publicações Antologia poética Virtualismo (2005), Antologia literária cidade (L&A Editora – 2010), Antologia Cidade de Vitória (Academia Espiritossantense de letras – 2010 e 2011) e Antologia Encontro Pontual (Editora Scortecci – 2010))
Um dos melhores poetas contemporâneos! Uma poesia que tem o que “dizer” estéticamente! Parabéns!
Parabéns! Excelentes metáforas em conjunto,e, ah, essa da palavra ser a última pele… memorável!
abraço, CT
Hilton, grande amigo e parceiro, obrigado pelo comentário.
Prezado Carlos Trigueiro:
O que seria de nós, que persistimos com nossa escrita, se não fosse essa última pele …
Um grande abraço e obrigado pelo comentário!