XIII
Adriana Zapparoli
Com o nome prisioneiro no silêncio
aniquila o anacrônico em sua língua-lavanda
e acúleo
além da estação.
O escorpião.
Uma fruição bélica entre a lírica essência
de fruta cítrica (Nárandja)
e o perfume em lençol vestido
pelo sol vespertino.
***
XIV
no código da memória
o deserto da sala de atacama
em ágata – eldorado
são estômago, músculo e vaso
na sombra a projetar a mucama
despida pela paisagem escondida
em tara de bisão
que em carne de pescoço, comunga a intenção
aramada sobre o crânio seus ascos
em botão.
há fissuras que cortam a retina
em boca-de-leão (Antirrhinum majus)
em cultivo o florífero, estio em dia tinto
pela flor-de-maria, um cacho-lírico,
de uva em gotícula.
em vilarejo tântrico
habita-se, entre véu e o espanto,
o amor-víneo de ensejo
na centelha de um seio-
castonhola, um alçapão de olhos
em crucifixo de desejo.
(Adriana Zapparoli é escritora, poeta e tradutora. Seus trabalhos foram editados em revistas impressas e eletrônicas. Publicou as plaquetes de poesia A Flor da Abissínia (2007) Cocatriz (2008), Violeta de Sofia (2009), Tílias e Tulipas (2010), o livro O Leão de Neméia (2011) pela Coleção Caixa Preta, Flor de Lírio (2012) todos pela Lumme Editor. Prevista para agosto de 2012 a publicação da plaquete Lontra Corola Libido, pela Coleção Poesia Viva, Centro Cultural São Paulo)