Ciceroneando

 

Foto: María Tudela

 

Há uma era em que colhemos os frutos daquilo que semeamos outrora. Tempo que serve de reflexão também para entendermos como o caminho foi trilhado até então. É pensar sobre os propósitos todos, os encontros surgidos, bem como as vozes que um dia aqui manifestaram suas expressões. Olhamos para trás com devoção aos que nos ajudaram em nossa persistente trajetória editorial a tornar a Diversos Afins um projeto vivo e robusto. Miramos o futuro, certos de que ele é algo em construção na tessitura do presente que agora podemos testemunhar como sendo concreto. 126 levas depois, o sonho permanece, com o gosto da descoberta, com as surpresas do meio da jornada. São 12 anos de um envolvimento diário com os destinos da revista, tentando sempre manter ativos e perenes os horizontes da continuidade. E seguimos nas trincheiras da independência, creditando à arte e seus atores o atributo de principal força que movimenta os caminhos todos. Quando a revista iniciou, em 2006, não poderíamos imaginar que tal longevidade poderia se insinuar, mesmo que a porção do sonho representasse sempre algum desejo de infinitude.  Nada melhor do que vivenciar todas as etapas para se ter certeza dos acertos obtidos. Na roda viva que agrega encontros, trazendo para perto de nós colaboradores de toda ordem, os discursos vão constituindo um rico painel de falas que exprimem a dinâmica dos sentimentos. Mas o que dizer dessa rica cartografia do humano a partir da disseminação de tantas e diferentes vozes? Eis o resultado que se instaurou até aqui como sendo o algo mais recompensador de nossos esforços. Com o tempo, autores e artistas foram expondo muito mais do que suas obras, ou seja, passaram também a evidenciar rostos, traços íntimos e pistas sobre suas epifanias identitárias. A Revista Diversos Afins orgulha-se de ser hoje esse palco que harmoniza criações e ímpetos humanos, um ambiente que fomenta relações na defesa incondicional da arte. Imbuídos desse ideal, celebramos agora o instante com os poemas de Matheus Guménin, Rita Santana, Meire Viana, Natasha Lins e Mercedes Roffé. Sérgio Tavares brinda-nos com uma entrevista feita com o escritor Mário Rodrigues. Durante toda a edição, somos marcados pelos ritos silentes trazidos pelas imagens da fotógrafa espanhola María Tudela. Na via da sétima arte, Guilherme Preger dedica suas atenções ao filme brasileiro “Arábia”. Os contos de Rodrigo Melo, Jorge Mendes, Marcus Vinícius Rodrigues, Floriano Martins e Zuca Sardan demarcam territórios de vida. Pérola Mathias rende escutas ao disco “microarquiteturas”, de Rafael Macedo & Pulando o Vitrô. Para apresentar seu mais novo livro, o poeta Jorge Elias Neto professa os caminhos de sua criação. Louvando sempre aqueles que somam conosco, comemoramos o momento deveras especial com você, cara leitora, caro leitor. Boas leituras e nosso muito obrigado!

Os Leveiros

 

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1 comentário

  1. Benfazejas palavras! Parabéns, Leila Andrade e Fabrício Brandão pelo trabalho, pela persistência! Que venham mais encontros e mais vozes comprometidas com a Liberdade!

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