O agora longínquo ano de 2006 lançava as bases iniciais da nossa caminhada com a Diversos Afins. Àquela época, ainda se percebia certa efervescência em torno dos blogs pessoais de autores e artistas dos mais variados. Eram espaços que se propunham a exprimir conteúdos demarcadores de liberdade criativa e que também alimentavam trocas entre os seus articuladores. Por seu curso, havia um quê de incipiência nas redes sociais de então, pois estas não possuíam a pujança informacional e interativa de que hoje são as mais alvissareiras representantes. As possibilidades de leitura não desfrutavam ainda dos inúmeros aparatos tecnológicos tão típicos da era da mobilidade. Certamente, também não vivenciávamos ali o estado de hiperconexão ao qual estamos enredados no tempo presente. Uma vastidão de coisas se processou de lá para cá. Na seara eletrônica, vimos surgirem projetos editoriais de fôlego, envolvendo gente com garra suficiente para trilhar caminhos valiosos em torna da Literatura e das Artes. Testemunhamos um sem fim de autores e artistas se aproximando do nosso convívio, ofertando para a revista não somente a qualidade de sua potência criativa, seus textos e imagens, mas principalmente um rico diálogo de vida. Todos eles foram e são responsáveis pela Diversos Afins que construímos. Celebrar 15 anos de existência é lembrar travessias e encontros, todos eles movidos pelo encantamento em se percorrer as vias culturais. Nesse momento, nossa memória editorial evoca a pluralidade de vozes que por aqui compartilharam conosco a expressividade de suas visões de mundo. As veredas da arte são arrebatadoras quando nos propõem visitas a lugares outros, desarmados de certezas, dotados de irreverência, tomados pela beleza e também pela inquietude. O saldo do presente é imensurável aos olhos e sentidos, sendo que a gratidão se faz tamanha. A revista é verdadeira família edificada ao longo dos anos, gesto coletivo que engendra existências, gira mundos no mundo. E não seria possível nunca esquecer quão importantes são os laços estabelecidos e as pessoas que desejam seguir adiante conosco, viabilizando cenários de atuação em benefício de outras palavras e imagens mais. Nossa edição atual é dedicada à memória de Vicente Franz Cecim, escritor das paragens amazônicas que em muitas ocasiões descortinou andanças míticas e especiais entre nós. Assim, chegamos a 145 levas pensando um menu de arroubos de vida. E no traçado poético de tal celebração, estão presentes agora os versos de Roberta Tostes Daniel, Gabrielle Dal Molin, Jéssica Iancoski, Constança Guimarães e Sílvia Barros. Numa entrevista bastante especial, o poeta capixaba Jorge Elias Neto acentua aspectos importantes sobre o seu modo de pensar a Literatura e a contemporaneidade. São de Sandro Ornellas as impressões atentas sobre “Pulsares”, livro da poeta Lílian Almeida. Desbravando novos territórios sonoros, contamos com a resenha de Larissa Mendes para o disco “Lonjura”, do cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva. Adentram conosco os bem elaborados nichos da prosa os contos de André Mitidieri, Adriano B. Espíndola Santos e Marcus Vinícius Rodrigues. Com suas escolhas sempre aguçadas, Guilherme Preger traz à baila o seu olhar para “Druk”, longa dinamarquês que ousa tocar em delicados pontos da condição humana. Com riqueza habitual de detalhes, Gustavo Rios mergulha habilmente no universo de “Riviera”, romance de Rodrigo Melo. Como é de costume em todas as nossas edições, as artes visuais tomam conta dos recantos da nossa leva de aniversário. Desta feita, estão conosco as poéticas ilustrações de Paula de Aguiar, contemplando nossos espaços com seu peculiar olhar sobre a vida. E assim debutamos na estrada cultural desejando que, mais uma vez, nossos leitores sejam abraçados pelos diálogos aqui propostos. Bons mergulhos a todos!
Os Leveiros
!5 anos!
Tocaremos uma valsa e acenderemos as 15 velas da debutância. Parabéns, DA. Recebam meu abraço amoroso de sempre.
Parabéns Diversos e Afins. Acompanho vocês por muito tempo e vocês servem de inspiração para que a revista que eu edito, Reflexos de Universos, desde 1976, sobreviva e se modernize junto à Diversos e Afins. Um abraço caloroso. Hermes Peixoto