Impassível
Ian Lucena
quando deixei de ser
hipócrita algumas ampulhetas
foram embora
à busca das ampolas da memória
quando deixei de
morrer afora
a clepsidra da mágoa
trouxe tudo de volta
às águas da minha vida inócua
***
Chuva
numa noite movimentada
os fios de prata – tecidos – deslizam
atrapalham as vistas das mentes
pequenas
noutras noites os pingos
grossos metalizam a fina umidade
e se tornam tempestade às mentes
criadoras
apenas num dia árido
muito árido
como aqueles que nem é possível sonhar
a chuva acaba
e a minha visão aguçada
perdura
(Ian Lucena, natural de Cascavel – PR, é poeta, empresário e universitário do curso de Economia)
Oi, Diversos!
Gostei muitíssimo dos poemas de Ian.
Parabéns!