NOTURNO
Felipe Stefani
Nos estreitos breves
a arte íngreme
de ser,
frente às faces do mundo.
A margens se re-
dobram nas entranhas das luas.
As barcas sonham a distância das flautas.
Fendido ao tempo feito
um canal,
nos orifícios cegos do fôlego,
basta
aquilo que arrefece.
A inocência do mar submerge as cítaras.
V
Colossal angústia
da muda serpente
que passa rente
à inexistência.
O inefável labirinto absoluto
está em tudo.
A essência é o enigma,
e a morte toca as margens
com dedos surdos.
Somos o estigma do vento
na estiagem do infinito.
(Felipe Stefani é poeta e artista plástico. Nasceu em São Paulo em 1975. Tem os desenhos publicados no site Sodesenho. Ilustrador, já ilustrou muitos livros de outros escritores, e também seus dois livros de poemas já lançados: “O Corpo Possível” (2008), pelo coletivo Dulcinéia Catadora e “Verso Para Outro Sentido” (2010), pela Escrituras Editora. Prefere que sua arte fale por si mesma)
Como sempre suas frases fazem minha mente voar…e o um monte de sentimentos invadem meu coração.