Pequena Sabatina ao Artista

Por Fabrício Brandão

 

Navegar é preciso, viver não é preciso, apregoavam sabiamente os versos de Fernando Pessoa. E pedindo a devida licença ao poeta lusitano, eis que nos é possível manipular a frase para indicar algo que parece ser imperativo em nossa contemporânea idade: realizar é preciso. No entanto, é mister de qualquer autor que se preze a perspectiva da ação acompanhada por critérios que signifiquem um compromisso consistente com a qualidade. Indo mais além, é possível um subverter do arremate “viver não é preciso”, transformando-o numa apreensão ampla do existir, fazendo com que cada palavra expelida em texto seja a necessária afirmação do sopro vital. Qual motivo perene de se estar no mundo, o exercício da criação mostra-se assim, envolto na percepção de que o todo circundante, com toda a sua sorte de abstrações possíveis, é instrumento inalienável nas mãos de um escritor.

Fazendo uso apurado de recursos que derivam de um olhar sensível da existência, o poeta José Inácio Vieira de Melo  reúne muitos dos atributos relatados até aqui. Alagoano de nascimento, o autor elegeu a Bahia como morada e muito de sua obra está impregnado daquilo que podemos chamar de memória dos lugares. Em sua expressão poética, José Inácio deixa coabitarem pacificamente paisagens físicas e humanas, fazendo com que a reafirmação da vida pontue de modo bastante especial a trajetória de seus versos. Vestido com a armadura de suas letras, eis que o poeta busca, na simplicidade bucólica de suas imagens, um caminho sublime para a criação. O autor de livros como Decifração de Abismos, A Terceira Romaria, A Infância do Centauro e Roseiral agora está prestes a nos abrir as cancelas poéticas de Pedra Só, seu mais recente fruto literário, e que será lançado em setembro próximo pela Escrituras Editora. E foi para falar um pouco sobre sua nova criação e outros tantos assuntos intimamente ligados ao ofício das palavras que o poeta gentilmente acolheu a Diversos Afins para uma valiosa conversa. Adentrando a soleira dos seus domínios feitos de versos, o cavaleiro de fogo José Inácio Vieira de Melo, como também é conhecido, desfila suas ideias tendo nos olhos o brilho necessário do encantamento pela vida.

 

José Inácio Vieira de Melo por Ricardo Prado

 

DA – O traço essencial de sua poesia é marcado por um universo feito de imagens, atravessando paisagens humanas e estabelecendo uma íntima relação com um sertão de memórias. O que dizer dessa gênese de palavras?

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO – O que dizer? As palavras me escolheram ou eu as escolhi? A paisagem poética da minha poesia tanto é uma paisagem que observo como também é a paisagem na qual estou inserido. O meu Sertão é o Tao do Ser de um ser tão perplexo e deslumbrado com a existência. Sinto que a minha criação está intrinsecamente ligada às minhas origens geográficas e humanas, embora saiba que esses fatores não são determinantes. A minha poesia é feita fundamentalmente a partir do que vivi e do que vivo. Vivencio a poesia de cada momento. Como diz a minha poeta de cabeceira, Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existe”.

 

DA – A porção existencialista de seus versos ganha uma dimensão toda especial num livro como Roseiral, obra que exala o vigor de mistérios humanos. Em que medida as palavras denunciam o espanto de se estar vivo?

JIVM – As palavras, dentro da poesia que faço, não buscam outra coisa que não seja dar expressão ao meu sentimento. E o meu sentimento de perplexidade é enorme, é absurdo e não suporta amarras. No livro Roseiral fui tomado por uma revolta que desconhecia. Agi com uma carnalidade instintiva, portanto os impulsos da minha escrita sobrepuseram, muitas vezes, qualquer tentativa de contenção de linguagem e ou de um formalismo comportado. Então, as palavras buscam denunciar, em sua potencialidade, todo espanto do meu ser diante da imensidão do Cosmo. É como está lá no Roseiral, no poema “Rosa viva”: “Minhas palavras ardem a forjar/ estas flores que canto por prazer/ e que dão febre e fazem delirar”.

 

DA – A capacidade de transcendência é o grande trunfo de um poeta?

JIVM – Há muitos poetas que nem sequer acreditam em transcendência, como é o caso do meu amigo Luis Antonio Cajazeira Ramos. Para o grande poeta, autor do magnífico livro Mais que sempre, essa conversa de transcendência é papo furado. Agora, é impossível de se imaginar o poeta Jorge de Lima sem os delírios de fé, sem o fervor da transcendência poética e sem as epifanias. Pois bem, sou da estirpe de Jorge de Lima. A transcendência é a minha glória. Por conta do sentimento do sagrado e do sublime é que me afino tanto com poetas como Gerardo Mello Mourão, Santo Souza e Francisco Carvalho, assim como com outros bem mais jovens, como a Mariana Ianelli e o Alexandre Bonafim.

 

DA – Mesmo aguçadas doses de lucidez e racionalidade poderiam não ser suficientes para afastar os efeitos, se é que seja possível considerar assim, místicos das palavras. Você crê numa perspectiva de transformação humana através da literatura?

JIVM – A palavra tem efeito místico para quem é místico, para quem tem espiritualidade. Como Novalis, acredito que “a poesia é a religião original da humanidade”. Todos nós estamos em constante processo de transformação, portanto tudo contribui para a nova conformação do ser em processo. A literatura amplia os horizontes, traz novas possibilidades, é uma fonte de conhecimento. E o conhecimento é caminho de transformação.

 

DA – Que aspectos você considera como sendo os mais importantes na construção de um debate sobre a poesia contemporânea?

JIVM – A poesia contemporânea é a que está sendo feita a todo instante, portanto é algo que está em constante processo de transformação e não adquire uma conformação com limites bem delineados, visto que a cada dia surgem novos poetas. Se a intenção do debate é fazer uma análise crítica atribuindo valoração, há de se fazer um recorte, pegando a produção de um determinado período, na qual já seja possível identificar alguns aspectos estéticos consolidados. A partir da constatação, levantar questões, fazer comparações e aproximações com o que veio antes, com o que já está estabelecido, ou seja, com os cânones. Confesso que estou muito mais propenso a criar circunstâncias para a divulgação da produção dos poetas que estão surgindo, através da publicação de livros e da participação dos poetas em projetos que promovam a leitura dessa produção. O tempo é o grande definidor daquilo que terá uma permanência maior.

 

DA – Atualmente, a múltipla apropriação do verso livre parece causar uma falsa sensação de que fazer poesia é algo fácil. Nesse sentido, a criação poética não anda um tanto banalizada?

JIVM – Não me alio aos puristas. Quanto mais pessoas existirem praticando seus versos, melhor. Não estou defendendo quantidade, prezo pela qualidade. Mas fico muito contente quando vejo alguém alçar voo no seu delírio e escrever um poema, por mais ingênuo que seja. Na verdade, o que me desagrada mesmo são os pretensiosos – aqueles que se arvoram de grandes poetas e que passam a ditar seus conceitos minúsculos e a determinar o que é bom e o que é ruim, a partir de seu gosto pessoal.

O verso livre é o mais acessível, pois qualquer um pode escrever uma estrofe composta de linhas irregulares e dizer que é um poema. Que maravilha! Sabemos, porém, que fazer poesia com versos livres é bastante complicado, pois requer muita habilidade por parte do poeta, visto que cada verso tem sua medida e que, ainda assim, é preciso construir um ritmo que reja a peça como um todo. De vez em quando, leio alguns poetas que se vangloriam de só fazer e apreciar poesia medida e rimada. E ainda têm a petulância de afirmar que se não tiver esses atributos técnicos, não é poesia. Uma afirmação dessa natureza, para mim demonstra uma grande limitação.

Que bom que as pessoas estejam cada vez mais escrevendo versos, publicando-os em seus blogs ou em coletâneas. Agora, se o sujeito, realmente, está interessado em seguir pelo pedregoso caminho da arte, e, como diria Jorge de Lima, for um assinalado, ou ainda no dizer de Ruy Espinheira Filho, for um fatalizado, perceberá que a coisa não é fácil não! E investirá a maior parte de sua vida em leituras e no exercício constante da escrita. Ou então, os que buscam facilidades, logo desistirão ou continuarão, por algum tempo, escrevendo algo que não repercutirá.

Quem leva a poesia a sério, está sempre a ler poesia, está sempre a buscar seu caminho, na tentativa de encontrar e de aperfeiçoar sua dicção poética, seu ritmo, seu verso. Sabe que é um compromisso para toda a existência. E também tem consciência de que pouco, ou nada, terá de recompensa. Quem faz poesia pensando em ter um grande reconhecimento está fadado a sofrer decepções por toda a vida.

 

DA – Talvez seja muito cedo ainda para se falar na consolidação de uma nova geração de poetas, mas, na sua opinião, o que será fundamentalmente necessário para que isso ocorra?

JIVM – Realmente, é muito cedo. O que será fundamentalmente necessário? Que os poetas continuem fazendo poemas, publicando seus livros e que o tempo passe… Com o passar da peneira do tempo, inevitavelmente, essa nova geração que você menciona se configurará.

 

DA – Você tem um engajamento muito intenso no que se refere à articulação de eventos, nos quais estão envolvidos, sobretudo, novos autores. Como é que se dá essa aproximação com tais escritores e quais são as características que, a seu ver, pontuam com mais ênfase as letras destes criadores?

JIVM – É que vejo muita gente reclamando, lamuriando-se, choramingando. No entanto, são poucas as pessoas que têm a coragem de fazer alguma coisa. E aqueles tantos que choramingam e reclamam são os primeiros a encontrar defeito nas atividades que são realizadas. Eu sempre me coloquei no lugar de fazer as coisas. De buscar alternativas. Os projetos que realizo não contemplam, sobretudo, jovens. Dão oportunidades a poetas de todas as faixas e vertentes. Desde 2001 que venho coordenando eventos e, na medida do possível, tento contemplar a diversidade da poesia baiana. É claro que sempre há os insatisfeitos, que são aqueles que acham que deveriam ser sempre convocados, por se atribuir um valor que efetivamente não têm. Outros nunca serão sequer mencionados, porque não vou me envolver com delinquentes nem muito menos com canalhas, elementos que com certeza vivem apenas em função da destruição. Esses, para mim, não existem. E pronto! E ponto! Que façam seus eventos, que arrebanhem multidões para a sua pretensa alta poesia. Eu não dou a mínima. Há meia dúzia de desesperados que vivem tentando achincalhar as coisas que faço. Berram, ciscam, bufam, gemem, ganem e eu continuo na minha caminhada. O engraçado é que toda vez que esses pobres diabos tentam me prejudicar, imediatamente acontece algo muito bom para mim. É sintomático. De modo que me dão sorte. São um amuleto.

Mas voltando a responder a sua pergunta, os projetos que coordeno, na sua maioria são voltados para a poesia brasileira contemporânea, com destaque para a poesia baiana. E repito, não são voltados principalmente para novos autores, mas para os poetas em geral. Já coordenei projetos em Salvador, Maracás, Planaltino e Jequié. Levei poetas baianos da geração sessenta, como Florisvaldo Mattos, Myriam Fraga, Antonio Brasileiro, Maria da Conceição Paranhos, Ildásio Tavares, Ruy Espinheira Filho, e da geração oitenta, como Roberval Pereyr, Luis Antonio Cajazeira Ramos, Aleilton Fonseca, Douglas de Almeida e Walter Cesar. E vários poetas de outros estados, apenas para citar alguns: Mariana Ianelli (SP), Salgado Maranhão (MA), Marize Castro (RN), Alexandre Bonafim (MG), Astrid Cabral (AM), Antonio-Mariano Lima (PB), Neide Archanjo (SP), Raimundo Gadelha (PB), Helena Ortiz (RS), Wilmar Silva (MG), Igor Fagundes (RJ), etc… Como vê, são muitos e, dos que citei, apenas três podem ser considerados jovens poetas, a Mariana Ianelli, o Igor Fagundes e o Alexandre Bonafim, mas cada qual tem ao menos quatro livros publicados. Citei esses nomes apenas para comprovar que também destaquei os poetas já reconhecidos e com uma obra já sedimentada. Com isso não quero passar a imagem de que não valorizo a produção dos jovens. Sempre busquei dar o mesmo espaço para todos. Claro que alguns se destacam mais. Isso vai da força da poesia de cada um e da sua desenvoltura com o público. Mas se abri espaço para autores que já têm um certo reconhecimento e que já obtiveram importantes premiações, tentei e tento mostrar ainda mais os poetas mais jovens. A diferença é que em relação aos mais jovens, além de projetos, organizei coletâneas envolvendo-os. Em 2004 organizei uma coletânea com 15 poetas da minha geração, que hoje já não são mais tão jovens, refiro-me ao Concerto lírico a quinze vozes. E hoje, parece-me que a maioria já está bem situada na literatura baiana, alguns até com certa repercussão em nível nacional. Creio que, de modo geral, acertei nas minhas escolhas. Mais recentemente, em 2011, organizei a coletânea Sangue Novo, que reúne 21 jovens poetas – esses sim, bem jovens – todos nascidos a partir de 1980. Nesses trabalhos busquei apenas promover o encontro de vozes que andavam muito dispersas, na tentativa de promover um diálogo da poesia que anda sendo feita na Bahia. Repare, não me refiro a um diálogo sobre a poesia, mas da poesia propriamente dita. Alguns poetas, já conhecia pessoalmente, outros mandaram seus primeiros livros para mim. Boa parte, encontrei em blogs e nas redes sociais. A meu ver, o que mais aproxima esses jovens poetas, em geral, é um acentuado lirismo e o diálogo com outras linguagens artísticas, sobretudo com a música pop e com o cinema. Na maioria, são estudantes ou professores de Letras ou de outros cursos das ciências humanas. Poucos cultivam o verso medido, embora alguns tenham pleno domínio das técnicas de metrificação. Enfim, são poetas de uma época de fragmentação de identidade, em que se fala de uma aldeia global, onde os encontros são virtuais e os grandes acontecimentos mundiais são assistidos em tempo real. Sem dúvida, esses adventos tecnológicos interferem na criação de qualquer artista, não apenas desses novos autores.

 

DA – O que definitivamente você não endossa na dita pós-modernidade?

JIVM – Não endosso essa nomenclatura “pós-modernidade”. Agrada-me o termo “contemporaneidade”. Mas, no fim das contas, não muda nada. No mais, quem sou para endossar ou não alguma coisa nesses tempos pós-modernos? Vivo muito à margem de tudo, embora esteja quase sempre conectado. As minhas atividades, boa parte delas, acontecem em casa mesmo, digitando nas teclas de um PC ou de um notebook. Quando não estou em casa, vou para a minha roça, a Pedra Só, um lugar onde não tem sequer energia elétrica nem água encanada, onde fico completamente isolado de toda essa parafernália tecnológica. E como é bom, depois de um dia no campo, lidando com gado, andando a cavalo, poder chegar em casa, deitar numa rede e ler um bom livro, tendo a certeza de que nenhum telefone vai tocar nem ninguém vai aparecer para atrapalhar. Nada de televisão, nada de rádio, apenas o canto dos pássaros. Sem contar que a brisa do Sertão traz um sentimento tão profundo e mágico que a gente fica sem saber o que diabo é pós-modernidade. E quando chega a noite, ah meu irmão, aparece uma roça de estrelas no céu que não há conceito que possa abranger a sua imensidão… E se é noite de lua cheia, a epifania é certa. Pois bem, a pós-modernidade tende a desmistificar todo esse meu discurso arcaico por um processo de desconstrução e bla bla blá. A única coisa que pretendo sempre endossar é o rumo dos meus passos e os matizes de minha poesia. O que sei eu da pós-modernidade?

 

DA – Pedra Só, seu mais recente livro, está prestes a ser lançado. Quais percursos demarcam de modo especial esse seu novo rebento literário?

JIVM – O Pedra Só é o meu livro mais autobiográfico. Revestido de tons épicos, flertando com a linguagem bíblica, traz um longo poema dividido em 27 partes, que está no capítulo de abertura e que nomeia o livro. Como já ficou claro na resposta anterior, Pedra Só é o nome de uma fazenda, onde tenho o privilégio de passar uma parte de meu tempo. É a partir desse lugar, a Fazenda Pedra Só, no Sertão da Bahia, que invento um entrelugar, de mesmo nome, para dar evasão aos meus delírios poéticos. Então, frequento os lugares mais recônditos e inóspitos da minha memória, buscando o barro fundamental – a poesia primeva – para fazer a ligação do meu ser com a arte e criar meus poemas. Quem leu meus livros sabe que a temática campesina sempre esteve presente na minha produção. A crítica também tem dado muita ênfase neste aspecto. No livro anterior, Roseiral, é que dei uma acentuada no erotismo e nos matizes surreais. Pois bem, agora faço um movimento de retorno às origens sertânicas com uma intensidade que até então não havia experimentado, é assim no “Pedra Só” e também no segundo capítulo, intitulado “Aboio Livre”. O terceiro capítulo é o “Toada do Tempo”, em que uso com mais frequência o verso medido e que situa o poeta dentro do tempo, medindo sua finitude e, paradoxalmente, percebendo-se atemporal. A quarta seção, chamada “Partituras”, é onde aparecem as cantigas e os cânticos de louvor. E, por derradeiro, o capítulo “Parábolas”, em que acentuo o surrealismo, tentando criar uma esfera fantástica, impregnada de misticismo, que encerra o livro. Esses são, em linhas gerais, os caminhos da Pedra Só.

 

DA – Para além do poeta, o que busca o homem José Inácio Vieira de Melo em sua teima com as palavras?

JIVM – Não há, em mim, uma separação entre o homem e o poeta. Não estou poeta. Eu sou poeta 25 horas por dia. O bom da jornada é caminhar… Não sei se para o bem ou se para o mal, não sou um ser pragmático. E sinto que as finalidades limitam muito as experiências. A minha teima com as palavras é, em todas instâncias, por necessidade de expressão. Se não estiver em contato com os signos, reordenando-os para encontrar novos significados, para despertar emoções, a existência fica sem sentido. Então o que busco são os caminhos… E eles sempre surgem. E a minha teima é caminhar – um passo depois do outro, sempre, sempre –, contemplando a paisagem, inventando paisagens, sendo a paisagem.

 

José Inácio Vieira de Melo por Ricardo Prado

 

 

– TRÊS POEMAS DE “PEDRA SÓ” –

 

Escrituras

 

Eu chego no silêncio que acende
as quatro ferraduras do tempo
e encontro a inesgotável jazida,
catedral do rubi que me habita.

Na madrugada, sonho com os rumos,
gesto que inventa o cristal das palavras,
surpreendendo as pedras com a chuva
a derramar a escritura sagrada.

Agora, apenas ando com os pássaros
a escutar as belezas desta terra
e sustento as parábolas salvíficas
com esta medula que me carrega.

Escuta, dos confins do longo dia,
a noite a chegar – cortina de versos
que revelam as estrelas de abril
aos meus olhos pasmos de tanto ver.

 

A pupila de Narciso

 

Vestido com a graça da Lua,
um cisne no lago do espaço.

Padece o poeta aos pedaços
no espelho límpido das águas.

Narciso que cintila perdido,
buscando no rosto uma casta.

Até que na espuma dos tempos
salva a legião de afogados.

 

Aurora

 

A liberdade do crepúsculo tremula.
Escuto o alarido dos pássaros do Sertão.

Debruço-me no ninho do Cosmo.
Minhas mãos trabalham no vazio.

Minhas mãos trabalham na imensidão.
Longa batalha em busca da beleza.

Da boca dos pássaros, os violões do Sol.
Rezo benditos e grito os nomes da Terra.

Contemplo a mansidão do silêncio que voa.
As minhas sandálias são feitas de aurora.

De meus dedos esplendem labirintos.
Meu caminho é o strip-tease da solidão.

 

 

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114 Comentários

  1. Ainda bem que existem artistas como JIVM. Parabéns, poeta, por sua determinação, pelos seus feitios e, principalmente, por sua poesia. Desde já, espero pela publicação do seu livro Pedra Só, serei um dos primeiros a adquiri-lo. Meus parabéns também ao Fabrício Brandão por conduzir a entrevista com clareza. José Inácio, continue com seu “gesto que inventa o cristal das palavras”. Um forte abraço.

  2. Na sua poesia ,sempre vejo um cavaleiro.andando pelo sertão ,não à galope ,mas sorvendo cada pedra,cada planta cada ser,se alimentando e renovando!

  3. O poeta José Inácio Vieira de Melo, privilegiado, reúne os atributos de um grande poeta. A começar pelas origens: Alagoas; Bahia – terras inspiradoras, berço de grandes poetas. Alagoano de nascimento, o autor elegeu a Bahia como morada e parte da sua obra está impregnada daquilo que ele mesmo chama de “memória dos lugares”. Autor de livros como “Decifração de Abismos”, “A Terceira Romaria”, “A Infância do Centauro”, “Roseiral” e, agora, prestes a lançar “Pedra Só”. Para ele “a poesia é a religião original da humanidade”. E eu concordo plenamente. Parabéns, poeta, pela entrevista esclarecedora, concedida ao Fabrício Brandão.

  4. PARABENS!!!! ADOREI TODA A ENTREVISTA!!! É UM SER DE LUZ!!!! COMO DIZ CECILIA MEIRELES EM RELAÇAO AO CANTO….JOSE INACIO MELO….ESCREVE PORQUE O INSTANTE EXISTE! E COMENTA MUITO BEM “O BOM DA JORNADA É CAMINHAR”! NAO PÁRE E BEM HAJA SEMPRE.
    UM ABRAÇO DE CARINHO!!!!

  5. Para expressar minha admiração pelo poeta e sua obra me utilizo de suas próprias palavras: ” a transcendência é a minha glória. Por conta do sentimento do sagrado e do sublime é que me afino tanto ” com José Inácio Vieira de Melo. Parabéns,Poeta! Tua obra é de grande valor cultural e existencial.

    Rosangela Brunet

  6. Amigo,
    Antes de tudo,parabéns por se dar com categoria o talento e dom que Deus te confiou. Sou uma pessoa muito simples e de pouco estudo. Mas,
    de bom gosto e por isso digo, Uma vez nascido poeta, vive-se poesia e morre poeta. Morre o homem mas seu legado permanece pelos frutos que deixa cada obra criada, é dom testemunhado pela expressão poética.
    Desejo que seja mais um sucesso seu novo rebento literário. Abração.
    Margareth Mello

  7. Possui o universo, quem tem “Pedra Só” e anda fortalecido de raízes. Sob o ceu de estrelas poder mergulhar,recupera qualquer “alma”. Adorei os “subtítulos”: Pedra só; Aboio livre; Toada do Tempo; Partituras; Parábolas. Abrir o livro com epicidade e fechá-lo visitando o surreal é uma viagem de encantamento.Parabéns, dessa vez, pelo “movimento de retorno às origens sertânicas” e, também, por todos os movimentos que continuarão a existir em seu poema-vida! Sucesso, e continue esse belo trabalho de dar voz a poetas de todos os “continentes”! Grande abraço, Léa Madureira Lima

  8. Parabéns primo. Adorei toda a entrevista. A poesia é uma forma de vida adotada por uma pessoa e você sabe muito bem como expressala.

  9. JIVM – Não há, em mim, uma separação entre o homem e o poeta. Não estou poeta. Eu sou poeta 25 horas por dia. O bom da jornada é caminhar…

    Que belas e sábias palavras Poeta! voce resumiu de uma forma maravilhosa o artista que mora em voce. Sua sensibilidade com as palavras é algo que ultrapassa nossos comentários. Poderia falar horas sobre seus poemas e não diria nada do que verdadeiramente voce é.
    E a minha teima é caminhar – um passo depois do outro, sempre, sempre –, contemplando a paisagem, inventando paisagens, sendo a paisagem.

    Voce é simplesmente um poema vivo!

    Beijos e abraço carinhoso.

    Gilda Miranda Luz

  10. Minha Poeta de cabeceira também é Cecília Meireles,
    Parabéns pelas belas e ricas escritas!

    “Realizar é Preciso”

  11. Que felicidade encontrar José Inácio no Face, uma vez que dificilmente o encontraria pessoalmente, moramos em Estados com uma distância considerável. Mas tive a felicidade de ler algumas de suas poesias e ai me apaixonei por muitas, ou melhor, todas as que conheci.
    Ele é o “cara”, assim dizemos quando falamos de alguém que é bom no que faz. E você meu amigo, além do grande talento, sensibilidade, ainda incentiva os que estão adentrando neste mundo lindo da poesia….
    As suas poesias falam da vida, é, essa vida da carne, do sertão, da terra…é grande poeta, concordo com você quando fala que nada receberemos com a poesias, claro, materialmente, mas sabemos que receberemos a felicidade de deixar nosso “eu” num papel e unir as palavras a nossa voz, viver com poesia, para a poesia, ser poesia. Grande beijo neste coração…

  12. Gostei muito da sua entrevista. Não se preocupe muito com as pessoas que te fazem mal. Elas so sabem falar mesmo e agir nada! Adorei seus poemas. Não sei como você faz com essa coisa de transcendenca mas eu faço muito quando estou em casa na frente do computador ou mesmo no meio das pessoas tenho algumas ideias. É muito estranho chegar de repente no meio da rua voce convesando com seu amigo e vem aquilo na sua cabeca. Mas acontece comigo…Abraços e boa sorte com seu livro!

  13. adorei toda a entrevista. o que falar de tal poeta? pra mim,um poeta completo e de poesia sublime.adoro seus poemas,falo não com o olhar crítico de escritor,mas com o simples olhar de quem sente a e gosta da poesia.

  14. Você, JIVM, é um poeta em movimento. Sua memória que está em constante processo criativo não nos impede de sentir suas ‘verdades’. Sua poesia ‘cola’ e fica colada em nossa memória e em nossa alma:
    “Na madrugada, sonho com os rumos,
    gesto que inventa o cristal das palavras,
    surpreendendo as pedras com a chuva
    a derramar a escritura sagrada.”

    Não só sua poesia ‘cola’, mas suas palavras: “A literatura amplia os horizontes, traz novas possibilidades, é uma fonte de conhecimento. E o conhecimento é caminho de transformação.”

    Maravilha! Um abração.

  15. Bela entrevista: parabéns ao Fabrício Brandão e ao JIVM, poeta que enfrenta o sertão de dentro e campeia sobre as toadas da vida que cria ramas para além dos espaços sertanejos. Abraços.

  16. Parabéns JIVM pelo maravilhoso trabalho!
    Estamos precisando de mais pessoas como você, poeta de alma e coração! Sua poesia é linda, seu trabalho é ótimo! Muito sucesso para você.
    Abraços!!!

  17. A criação poética do Inácio, mistura símbolos e mistérios. O fazer poético diário possibilita toda essa criação. Parabéns ao poeta de Palmeira dos Índios (AL),José Inácio Vieira de Melo !!!

  18. Parabéns meu caro José Inácio.
    Suas poesias tem sido um manjar desde que as descobri, através do facebook.
    Sua sensibilidade é de raro ver.
    PAZ e “picolés de alegria”!
    Jeová

  19. Parabéns pela entrevista e pelo Grande Poeta que tu és!! Como descrevê-lo em palavras…diria que seja alguém com alma de poeta, uma alma iluminada, que consegue nos trazer uma intensidade de emoções através de suas palavras de uma grande energia!! Que Deus continue iluminando o teu Caminho e nos trazendo essa Luz em teus Poemas!! Abraço forte.

  20. “Minhas palavras ardem a forjar/essa flores que canto por prazer/ e que dão febre e fazem delirar.” Adoro esses versos que definem bem a sua poesia. Eles me fazem lembrar o choque e a emoção que senti ao ouvi-lo declamar “Cântico dos cânticos”. Foi uma experiência visceral, transcendente… e ao tentar verbalizá-la, acho que delirei, sei lá. Mas, como leitora sensível, posso afirmar que ao experimentar essa conexão perfeita leitor x texto x autor, percebi que estava em presença de um verdadeiro poeta. Seu livro “50 Poemas” eu deixo juntinho das antologias de Manuel Bandeira e de Cecília Meireles.

  21. JIVM consegue inventar com seu lirismo uma certa forma de expressão a partir de uma realidade que é o sertão, o interior. Suas poesias refletem uma curiosa militância pela palavra em constante feitura e dar vez a linguagem e à palavra é talvez dever de todo poeta. Isso vem carregado em seu relato a todo momento. JIVM traz novidade e sutileza na forma como escreve, além de estar lúcido do mundo em que vive. Se nossos sertões estão longes da parafernálias tecnológicas, seus habitantes são moradores do mundo, seus olhos estão abertos e sabem falar com realeza do seu tempo.

  22. parabéns querido ficou maravilhoso
    sempre trazendo belas palavras para seus fã
    continui sempre assim humano e talentoso
    um super bjs

  23. A lucidez do poeta me comove e me faz viajar pela vertente de uma criação poética realmente contemporânea e profundamente bela. Fico feliz porque atualmente a produção poética tem carecido de mais cuidado e mais asseio. Nele a poesia flui cristalina e cumpri a primorosa missão de comungar com a vida. Parabéns!

  24. Desculpe o cochilo do copista: “cumpre”

  25. Ah! Sempre achei que era mesmo um poeta de epifanias!

  26. José Inácio vive num tempo de sonho, onde os pássaros são poemas.
    O céu e a Terra se encontram para dar forma a letras de pedra.
    É um cavaleiro que busca pelo sertão, nuvens formadoras de espelhos
    d´água. Busca cactos no coração da areia escaldante, e rosas selvagens
    na dor do amor.

  27. Faço minhas as palavras do Manoel de Barros: Poeta: sujeito que costuma comparecer aos próprios desencontros. Abraço, poeta.

  28. Meu poeta admirado, que linda entrevista. Não ligue para a ‘gentalha’, não perca seu precioso tempo com aqueles que padecem do mal da inveja. Desejo, JIVM, que você continue com sua “Longa batalha em busca da beleza”, pois toda vez que você publica um novo poema na internet ou em revista ou jornal, e mais ainda quando lança um livro, é deleite certo para nós, seus leitores. Por isso, meu querido, estou ansiosa pela publicação do seu Pedra Só. Sucesso sempre. Beijinhos.

  29. Excelente entrevista! Sua poesia sempre perfeita em sua magnitude. Você poeta que se sente poeta o dia inteiro tiro o chapéu para você e aplaudo de pé. Beijo no beijo!

  30. É difícil falar sobre a obra de um poeta, principalmente sobre bons poetas; e é assim que o vejo, um ótimo poeta… Escreves sob uma ótica própria, embora, para cada leitor, abra-se um vasto leque de distintas concepções, por vezes conseguimos nos espelhar nas tuas próprias poesias. Cada vez que leio um poeta diferente, impressiona-me ainda mais perceber quão vasto é o universo da poesia, a riqueza de palavras se somam às nossas e enriquecem as rimas, as métricas, os diversos estilos poéticos…Que a sua sensibilidade e sonhos possam aderir cada vez à Poesia,
    esta senhora tão escorregadia e exigente, que exige a vida inteira dedicada a ela….É o tipo de leitura da qual não se sai ileso, por que o próprio poeta, ao transformar o vivido em matéria explícita da poesia acaba por se enredar nos poemas, como se através deles se fizesse representar para apresentar uma imagem. Bendito é o poeta que toca no coração dos homens.

  31. Querido poeta José Inácio, é com muita hora e timidez, que passo por este cantinho seu e tão especial, para dizer-lhe algumas palavras sobre o que escreve com tanta clareza, sensibilidade e amor pelo que faz, e dizer que não sou especialista na escrita e nem na oralidade como você, mas posso demonstrar aqui, um pouco do que sinto quando leio um poema seu com esse jogo de palavras envolventes, que soam como melodias aos ouvidos mais sensíveis e nota-se que você transmite com desenvoltura e muita simplicidade e ao mesmo tempo sofisticação e erotismo, pois, narra sobre a natureza, origens, amores e não esquece que o leitor se apega a isto, deleitando-se e embriagando-se de uma leitura agradável e cheia de emoções que só um grande mestre sabe transmitir aos mais meros dos leitores. Peço-lhe para continuar encantando seus leitores e eles agradecem.
    Abraços,
    Siomara.

  32. Parabéns pelos seus conceitos e suas escritas. Acho que fazer poesia é assunto sério seja de versos livres ou em forma de sonetos, é preciso ter o dom. Parabéns mais uma vez!

  33. Jose Inacio, poeta y amigo. Mis felicitaciones por la entrevista. Tus poesias son una caricia para el alma!! Mucho exito con tu libro.
    Un abrzo muy grande Argentino.

  34. A poesia de José Inácio enche de delícias a alma sertaneja. Parabéns, meu ilustre conterrâneo de Palmeira dos Índios!

  35. Parabens JIVM,grande poeta,brilhantes palavras de muita luz!!!!
    O natural é o agradável só por ser natural.abraços

  36. A verdade da poesia e do poeta, um grande amigo e desenhador de versos.Um guerreiro da divulgação e movimentação da poesia pelas bandas da Bahia.

  37. Parabéns, poeta!
    Um ser de luz, que faz nascer delicadas flores nas pedras e partilha suas cores, magia e encantos.

    SUCESSO, sempre.
    Beijos&Beijos

  38. Tenho acompanhado seus textos com muita satisfação e vejo que é um apaixonado pelo ofício da escrita poética. A busca do silêncio para a construção interior foi uma surpresa descrita lindamente!Diria que, para sentir a contemplação e o silêncio de José Inácio, mantenha a alma leve e não o leia depressa, porque é insuficiente e pode escapar-lhe a paisagem!
    Ao amigo, meu abraço apertado e votos de sucesso!

  39. Grande José Inácio!
    Sua entrevista é como sua poesia: recheada de ensinamentos, elementos notáveis e desdobramentos ímpares… Abração

  40. Ótima entrevista. Que o poeta siga dando voz às suas emoções mais íntimas, na contemplação deste universo incrível, que maravilha ao mesmo tempo que assusta.

  41. “a poesia é a religião original da humanidade” Novalis, completamente de acuerdo, varios nombres de escritores brasileños queridos he visto-leído en esta buena entrevista con gusto de conversación de amigos, un abrazo desde Santiago de Chile, estimados Fabrício Brandão y José Inácio Vieira de Melo, obrigado

    Leo Lobos

  42. Parabens..Poeta Lindas palavrassss..amem

  43. José Inácio,
    Já o tinha dito antes e volto a dizer aqui, hoje, sem querer ofender ninguém, é o meu poeta preferido!
    A sua poesia pode falar de paisagens, mas não é descritiva… Pode falar de memórias, mas, não se lê como prosa. É POESIA PURA!
    A sua preocupação existencialista, fá-lo com as palavras preencher o espaço entre o profano e o sagrado, entre o carnal e o sublime para tentar encontrar o princípio e o fim de tudo isto!
    E, faz essa busca, com uma sonoridade tal que nos embala na eternidade, faz-nos sentir hoje e para além do que conhecemos que somos parte essencial do Universo.
    Lê-lo é um dos meus prazeres!
    Tenho pena que as suas obras não estejam publicadas em Portugal.
    Um bem-haja poeta!

  44. Parabéns ao entrevistador pelas perguntas muito bem formuladas e ao poeta pelos escritos , mas também pelo esfôrço , não é fácil fazer poesia , não é fácil escrever algo com conteúdo e poesia não é feito só de versos e rimas… Eu gosto do que você escreve , encanta e toca minha alma, Parabéns novamente e sucesso pra você e o pessoal desse site! Bjs

  45. Quem sou eu para analisar profundamente alguém que se dedica por inteiro àquela que considero a mais despoderosa das artes, a poesia. Porque se não dá poder (material), não alimenta a vaidade, então só quem tem a danada bem resolvida é que pode viver – a vida toda, como você mesmo diz – burilando seus poemas. Espero sinceramente que você complete a exteriorizaçao de sua poesia, que ouso nomear aqui com um verso seu: “catedral do rubi que me habita”.

    Abração!

  46. José Inácio, sempre inteligente e sensível, bela entrevista.

  47. Jose´
    E agora, José, que seus “olhos estão pasmos de tanto ver” cante, cante porque o instante existe, e sua alma alma não é vazia.
    Parabéns pela bela entrevista e parabéns ao sempre belo trabalho de Fabrício Brandão.

    Neuzamaria

  48. Ah, fiquei apaixonada por esta lúcida inteligência que se expressa liricamente, mas revela na prosa da entrevista um homem porreta, trabalhador, solidário aos que se engajam ao métier com respeito e conhecimento. Fiquei orgulhosa desse brasileiro “assinalado, fatalizado por suas origens sertânicas em aboio, toada, reza de benditos, teima de caminhar…” que corajosamente caminha dentro de si revelando à humanidade quão bela e imensa ela é, porque quando somos um, somos todos. Parabéns e abraços calorosos!

  49. Que bela entrevista, José Inácio! As perguntas do Fabrício, que por vezes parecem emboscadas, são muito boas e você, meu poeta, respondeu com a simplicidade de sempre e com muita propriedade. A cada vez que recebo um poema seu, antes mesmo de ler, sei que estou diante de algo que vai me proporcionar momentos de emoção. Reli, com renovado prazer, os poemas “Aurora” e “A pupila de Narciso”, peças poéticas de beleza singular. Mas o poema “Escrituras” tomou-me de supetão e me levou para o centro da sua criação, meu poeta, e o seu silêncio acendeu a inesgotável jazida da beleza e senti, de vera, o seu rubi no meu âmago. Receba a minha admiração e o meu amor pelo artista que você é. Muito obrigada. Beijos.

  50. Como é bom falar de poesia em tempos de tecnologia e dinheiro. Os sentimentos não podem ser esquecidos, assim como a Arte ….
    Obrigada Poeta pelo seu lindo trabalho que nos enriquece.
    cristina

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