Ciceroneando

 

Pintura: Canato

 

Aos poucos, mais um ano se despede de nossos domínios. Sem dúvida alguma, é outro ciclo de realizações que completamos no transcurso histórico da revista. É impagável manter a chama acesa, ter vontade permanente de seguir com um projeto editorial dessa monta. Acima de tudo, é incomensurável o retorno que emana como resultado das ações todas. O ânimo se renova cada vez que percebemos o interesse das pessoas em alimentar nosso caminho com colaborações que são fruto de suas vivências e mergulhos no fértil terreno da Arte. E aqui decompomos o termo para abarcar as expressões literárias, cinematográficas, musicais, teatrais, a fotografia, a pintura, as ilustrações e desenhos dos mais variados participantes. Enfim, inúmeras são as possibilidades de atuação no contexto da Diversos Afins. Ao mesmo tempo, notamos que se forma um movimento espontâneo de pessoas em torno do projeto, dinâmica tal que move encontros nos campos da palavra e da imagem. Realizar é preciso. Coisas precisam ser ditas. O pensamento necessita da amplitude dos horizontes. A Arte é instrumento de comunicação. Mais ainda, é território de expansão das nossas humanidades, da consciência do nosso lugar no mundo. Ela também é ferramenta de partilha social em plena contemporaneidade, era que vem apresentando tensões em escala global, seja no aspecto geopolítico, seja no quesito ideológico, para não dizer em outros muitos mais. Cada autor que aqui desfila suas criações é, em última instância, alguém a dividir conosco (editores e leitores) saberes e sabores desse complexo denominado existência. Para além dos instintos mais básicos, de que realmente temos fome? Arriscamos em considerar que temos fome de poesia, dessa a que aludem os versos de gente como Alex Simões, Clarissa Macedo, André Rosa, Bárbara Bittencourt e Pedro Vale. Desejamos também os sinais da perplexidade presentes nos contos de Viviane de Santana Paulo e Rodrigo Melo. Agora somos contemplados com a reinvenção do humano abordada nas pinturas de Canato e que estão dispostas pelas vias da nossa nova edição. É Helena Terra quem nos mostra suas reflexões sobre o livro de estreia da poeta Priscila Pasko, Como se mata uma ilha. Com sua verve analítica sempre atenta, Guilherme Preger fala a respeito do instigante filme sul-coreano Parasita. Numa entrevista, a escritora Lelita Oliveira Benoit expressa reflexões sobre seu novo livro, bem como areja ideias em torno de sua trajetória e outros afins literários. Vinicius de Oliveira discute aspectos do romance Rio Negro, 50, obra de Nei Lopes que traz à tona abordagens históricas sobre a questão racial brasileira.   Apresentando suas observações sobre a peça Nastácia, que é baseada na obra de Dostoiévski, Vivian Pizzinga adentra as vias da seara teatral. Com sua pesquisa musical sempre ativa, Pérola Mathias desfila entre nós as suas sensações para o disco Na Base do Cabula, do cantor e compositor Roberto Mendes. A julgar pelo acervo aqui apresentado, há um conjunto de partilhas disponíveis. E é com grande prazer que anunciamos que ele faz parte de nossa 133ª Leva. Boas leituras e mergulhos!

Os Leveiros

 

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