Ciceroneando

 

Foto: Hermes Polycarpo

 

134 edições percorridas. Poderia ser apenas mero índice numérico, não fosse o conteúdo abrigado em tantas levas publicadas na revista. E não é apenas o gesto de colecionar textos e imagens aquilo que nos define no plano editorial. É muito mais que isso. É, por exemplo, saber que temas variados se entrecruzaram, que encontros pela e para a palavra se deram de modo substancial, sustentando todo um ideal de diversidade desejado por nós desde sempre. Cria do ambiente eletrônico, a Diversos Afins seguiu expandindo seus horizontes. Em meio ao oceânico universo da internet, a disponibilidade de acesso aos conteúdos gerou sempre mais encontros e aproximações. Ainda que experimentemos, enquanto sociedade, a crescente enxurrada de informações presentes em nossa rotina de conexão permanente aos dispositivos comunicacionais de toda ordem, somos capazes de selecionar o que desejamos consumir no amplo espectro cultural. Mesmo que o cardápio de oportunidades seja gigantesco, as predileções acabam por nortear os mergulhos pessoais de leitores e apreciadores dos temas ligados à Literatura e à Arte em geral. Talvez não seja um exagero afirmar que há espaço para todo tipo de expressão, bem como uma recepção disposta a acompanhar a multiplicidade de criadores imersos na pangeia contemporânea. Afortunados estamos quando nos é possível saborear e internalizar toda a sorte de obras que comunicam a experiência humana. Nesse momento, a arte parece revelar a face daquilo que somos, pensamos e reproduzimos no convívio com nossos iguais. Seguindo essa trilha, os diferentes modos de conceber a realidade, e também o que a transcende, são férteis instrumentos de criação. Vejamos, pois, quantos mundos estão dispostos nas narrativas de autores como Giovana Damaceno, Caio Russo, Tiago Chaves e Berg Morazzi, que passam por nós com seus pungentes contos. Difícil determinar. Mas eis que também o terreno condensado e catártico da poesia vem nos ofertar agora as aparições de Angel Cabeza, André Luiz Pinto, Maria Fernanda Elias Maglio, Romério Rômulo e Fernanda Nali. Vigoram entre nós as marcas complexas de nossas humanidades na entrevista do escritor Itamar Vieira Junior, que, além de falar um pouco sobre as repercussões de seu novo livro, transita lucidamente sobre questões de nosso tempo. São de Sérgio Tavares as impressões sobre o mais recente livro de Dênisson Padilha Filho, a reunião de contos intitulada “Um chevette girando no meio da tarde”. Certamente, os olhares sensíveis de Maurício Pinheiro para o álbum de estreia da cantora e compositora Livia Nery são algo arrebatadores. Daí ser quase impossível não ficarmos curiosos em pelo menos sondar as canções de “Estranha Melodia”. Imbuído por suas sempre impactantes descobertas cinéfilas, Guilherme Preger nos apresenta as delicadas tramas do filme russo “Uma Mulher Alta”. Todo o percurso empreendido até aqui conta com as sutilezas que marcam as fotografias de Hermes Polycarpo, dispostas nos mais diferentes recantos de nossa edição. A atual Leva é uma pequena amostra do que pretendemos materializar nesse recém-nascido 2020. Permitam-se seguir conosco, cara leitora, caro leitor!

Os Leveiros

 

 

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