Ciceroneando

Foto: Gilucci Augusto

 

E lá vamos nós pelos caminhos, trilhando percursos e encontros pelas palavras e imagens. São 148 Levas através das quais a vida se manifesta em seu poder de nos encantar pelo trabalho feito na jornada editorial. E não há dúvida de que o motor central desse movimento recompensador é a contribuição das muitas vozes que passam pela revista com suas singulares feições. Cada uma delas, marcadas por universos particulares de expressão, nos diz de mundos no mundo, sugerem rotas, denotam desejos de toda ordem. Tudo isso assinalado pela vontade de comunicar, de compartilhar ideias, visões e sentidos que atravessam muito do que vai por dentro de cada ser. Mergulhar e viver a Arte é sentir o outro, aquele que nos propõe outras múltiplas vias até mesmo quando nossa visão parece um tanto aborrecida e carece de renovação. É, por assim dizer, um efeito dialógico, através do qual nossa presença no mundo resta acrescida em larga escala pelo olhar que emana de outras mentes. Editar uma revista como a Diversos Afins é, permanentemente, buscar escutas, abrindo as alamedas para que outras tantas pessoas se aproximem e tragam consigo perspectivas de apreensão no campo sensível da existência. Nesse sentido, palavras e imagens correspondem a um potente agregado de possibilidades, dando mostras de que estar no mundo é se deixar tocar por aquilo que também semeia delicadezas do olhar humano sobre as coisas. Com esse espírito a nos mover, nos rendemos a grandiosas descobertas. Uma delas é o sublime trabalho do fotógrafo baiano Gilucci Augusto, que nos presenteia com uma exposição de algumas de suas imagens agora em nossa nova edição, sendo que a temática evidenciada pelo artista promove belos e instigantes percursos evocados pelo corpo. Não menos diferente é o impacto que os poemas de Laura Assis, Lucio Carvalho, Patricia Porto, Julia Sereno e Drika Prates proporcionam em nós. Um dos nossos pontos altos fica por conta da entrevista que Larissa Mendes fez com o cantor e compositor pernambucano Juvenil Silva, artista cuja sensibilidade areja os novos ambientes da música brasileira. Nosso Gramofone contempla a resenha de Marcelo Frazão para o novo disco do Projetomacabéa, álbum capitaneado pela expressão de Alisson Lima. São de Wilton Cardoso as atentas linhas de análise para “O corpo de uma voz despedaçada”, livro de poemas de Wesley Peres.  No território da prosa, estamos muito bem servidos com os contos de Wellington Amâncio da Silva, Adriana Vieira Lomar e Rodrigo Melo. Com seus mergulhos sempre precisos, Guilherme Preger chama nossa atenção para o premiado filme japonês “Drive My Car”. Por seu curso, Sandro Ornellas, com suas valiosas percepções, nos convida à leitura de “1/6 de laranjas mecânicas, bananas de dinamite”, mais novo livro do poeta e multifacetado artista W. J. Solha. Nossa estrada segue adiante, cara leitora, caro leitor, certos de que o melhor de tudo é contar com sua companhia. Boas leituras e imersões!

Os Leveiros

 

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1 comentário

  1. “…estar no mundo é se deixar tocar por aquilo que também semeia delicadezas do olhar humano sobre as coisas.” Essa frase já diz tudo e nos faz acreditar que o mundo ainda tem jeito.

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